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CULTURA: falem bem ou mal, mas falem de mim

Mudanças extremas e constantes em órgãos culturais, funk-pancadão, terra plana, rock satânico e por aí vai… A cultura tem estado em evidência nos últimos dias, não da forma pretendida, que é a contribuição significativa dela no desenvolvimento social, intelectual e econômico do país, mas em questões polêmicas. 

O ponto forte disso tudo foi trazer à tona o tema CULTURA, junto com ela a necessidade de se discutir seriamente a importância de se implantar políticas culturais no país. Muito ainda precisa ser feito para que haja, de fato, uma mudança na forma de pensar a cultura e, ainda, de entender o que são políticas públicas para a cultura. Mas para que haja de fato a implantação de uma política cultural eficiente, é mais que necessário haver uma atuação urgente do Estado no sentido de promover ações que permitam que a cultura seja pensada de forma coletiva e que o foco maior seja o interesse comum.

Mas será que existe interesse em fazer isso? Cultura desperta a criatividade, o entusiasmo, a vontade de pensar e AGIR. Por isso que muitas vezes as músicas de Chico Buarque, Renato Russo e outros artistas não estão sendo mais bem-vistas pelo governo nos livros didáticos.

“Tem dias que a gente se sente

Como quem partiu ou morreu

A gente estancou de repente

Ou foi o mundo então que cresceu

A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar…” (Roda Viva - Chico Buarque)

Precisamos ter voz ativa e buscar espaço para sermos ouvidos também nessa roda viva, e respeitados. A cultura vai muito além de produzir arte, entra também no contexto, como diz Danilo Miranda, dirigente do SESC, de  entender a cultura como modo de vida, que envolve os costumes, as crenças, as tradições. Isso assusta, pois a cultura ativa o modo de pensar, gerando cidadãos mais ativos e participativos e o interesse do governo seja mesmo, talvez, somente, na produção de gado, como canta Zé Ramalho, na música Admirável gado novo:

Vocês que fazem parte dessa massa

Que passa nos projetos do futuro

É duro tanto ter que caminhar

E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem

À margem do que possa parecer

E ver que toda essa engrenagem

Já sente a ferrugem lhe comer

Êh, ô, ô, vida de gado

Povo marcado

Êh, povo feliz!

Temos visto cada vez mais esse “povo feliz” reproduzindo informações “marcadas”, dentro de um processo repetitivo, que não requer o “trabalho de pensar”, apenas reproduzir…

Que país é este, Renato Russo????

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